A primeira Parada Gay da Rocinha no Rio de Janeiro reuniu mais de 18 mil pessoas no último domingo. Do alto de um trio elétrico, entre plumas, paetês, chuva de prata e faixas coloridas, homos e heterossexuais pediram o fim do preconceito contra gays e lésbicas. O fato é destaque no jornais O Globo e Jornal do Brasil. Leia a seguir. Pela primeira vez, ontem, favela do Rio recebe uma parada do orgulho LGBTT A Rocinha se vestiu com as cores do arco-íris, ontem, para sediar a sua primeira Parada Gay, numa iniciativa inédita em favelas do Rio. Segundo os organizadores - União Pró-Melhoramentos dos Moradores da Rocinha (UPMMR) e Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Barcellos (AMABB) -, 18 mil pessoas dançaram ao som de música eletrônica, funk e axé. Na multidão, bandeiras do movimento LGBTT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros) eram agitadas. Mas não houve discursos pedindo a aprovação da PEC 122, que criminaliza a homofobia, nem tampouco pelo direito ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo e à adoção de crianças. Leonardo Rodrigues Lima, presidente da UPMMR, disse que as associações se uniram para "mostrar que a Rocinha é acolhedora e sem preconceitos". De acordo com ele, o evento deverá ser anual. Morador da Rocinha, Felipe Ferreira alerta que muito ainda deve ser feito: - É preciso conscientização sobre a necessidade de respeitar nossos direitos. Este é o primeiro passo. O promoter David Brazil e os MCs Mulher Maçã, Gorila e Preto interagiram com o público. Com a movimentação, traficantes venderam drogas na favela. Fonte: O Globo Rocinha também é alegria A Favela da Rocinha, em São Conrado (Zona Sul), ficou mais colorida ontem. Com a 1a Parada Gay da comunidade, que reuniu mais de 50 mil pessoas, a favela, conhecida internacionalmente pelo poderio de seu tráfico de drogas, abriu as portas para visitantes de todo o estado. Do alto de um trio elétrico, entre plumas, paetês, chuva de prata e faixas coloridas, homos e heterossexuais pediram o fim do preconceito contra gays e lésbicas. Ex-presidente de uma das seis associações de moradores da comunidade, cuja população beira 200 mil, Paulo César Martins Vieira, 53 anos, acredita que o movimento pode ser capaz de chamar a atenção para um dos grandes vilões da favela: a TUBERCULOSE. - A atenção que a Parada Gay atraiu é oportuna para discutir os grandes problemas da favela, como a tuberculose, que é a maior da cidade - alertou o morador conhecido como Amendoim. - A nossa parada contribui para mostrar a quem não vive na Rocinha que aqui também é um lugar de muita alegria. Temos problemas, sim; mas conseguimos, quase sempre, tirá-los de letra. Conhecida por ser a maior favela da América Latina e ter sido a primeira comunidade da cidade a ter agências bancárias e uma filial de rede de lanchonetes americana em seu interior, a Rocinha atraiu grupos da Região dos Lagos para acompanhar a movimentação colorida que percorreu a Estrada da Gávea e chegou à Via Ápia, região da favela onde está concentrado o comércio. Morador de São Pedro da Aldeia, Samy Gusmão aproveitou a grande reunião de homossexuais e simpatizantes para conhecer pela primeira vez o lugar. - Já estive na Parada Gay da Quinta Avenida, em Nova York (EUA), e não poderia faltar a da Rocinha - lembrou-se o visitante. - Vir ao Rio e não conhecer suas favelas é o mesmo que ir a Roma e não encontrar o Papa. Organizadores da passeata, os coreógrafos da Acadêmicos da Rocinha, Roberto Tostes e Edu Saad, comemoraram a participação massiva da comunidade, composta em sua maioria por nordestinos. - Cada vez chega mais e mais gente, estou feliz com a adesão da população - declarou Tostes, do alto do trio elétrico. Dupla de operários do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), conhecidos como Rosa e Florzinha, Danilo Alves e Antônio Carlos Queiroz não se queixam de preconceito dentro da favela. Tive medo de ser rejeitado como operário do PAC por ser HOMOSSEXUAL, mas não tenho enfrentado problemas no canteiro de obras. Todos me respeitam - declarou Danilo, 19 anos, quase imperceptível no meio de uma multidão. - Gay ou não, sou capaz de fazer todo o trabalho que os outros operários também fazem. Para o transformista Alex Oliveira, que participou do encontro fantasiado de abelha, grande parte dos brasileiros ainda interpreta a parada gay como mero carnaval fora de época. -Politicamente, a parada gay no Brasil não representa nada. Nosso país não vai deixar de ser machista por causa da nossa reunião - sentenciou Oliveira. -A sociedade está repleta de homossexuais, mas é hipócrita, não os assume. Prefere massacrá-los. UNIÃO - Jovens da favela vestidos com camiseta da Parada dominaram a Estrada da Gávea AMENDOIM - Líder comunitário pede ajuda para combater TUBERCULOSE e clama pelo uso da camisinha. |

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terça-feira, 26 de outubro de 2010
Rocinha realiza 1ª Parada Gay da comunidade, destaca imprensa carioca
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